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sexta-feira, dezembro 26, 2008

Rebirthday

Depois do exagero gastronômico e dos excessos alcoólicos que, tradicionalmente, acompanham o natal em família, um pequeno intervalo para tomar fôlego e se preparar para a noite de reveillon que, também de acordo com a tradição, reserva mais um pretexto para o descomedimento. Mas antes de 2008 esticar as canelas, Goiânia Rock News prossegue com as respostas, solicitadas pela nossa enquete anual, que vão compor a lista dos Melhores de 2008. Dessa vez quem dá seu pitaco é o Pablo Miyazawa, o Gustavo Andrade e o Pablo Kossa.





Mallu Magalhães - Mallu Magalhães
Agência de Música / Sales & Distribution

O melhor disco lançado em 2008? Nacional, voto na estréia da Mallu Magalhães, com o Artista Igual Pedreiro do Macaco Bong logo atrás. Mas cito também Estandarte, do Skank.
Internacional, sou esquizo: Stephen Malkmus, Real Emotional Trash e Coldplay, Viva la Vida and Death and All His Friends.

Os melhores shows de 2008 foram: Internacionais - Interpol, Muse e R.E.M., empatados. Nacional: Ney Matogrosso. A melhor música do ano? Nacional, "Janta", do Marcelo Camelo. Internacional, "Paper Planes", da M.I.A., que apesar de ser do ano passado, rolou em 2008. "Pork &Beans", do Weezer. "Time to Pretend" do MGMT. E mais um monte.


Pablo Miyazawa é editor da revista Rolling Stone Brasil





Macaco Bong Artista Igual Pedreiro
Monstro Discos

O melhor disco do ano é Artista Igual Pedreiro, do Macaco Bong. Os Macacos provaram para todos que é possível uma banda independente, fora do eixo Rio-SP, rodar o Brasil inteiro nos eventos mais bacanas e ainda tocar fora do Brasil.

Já o melhor show do ano foi o do Helmet no Goiânia Noise Festival. Helmet é Helmet né! Mesmo 16 anos depois... O Goiânia Noise se confirma hoje como o maior festival de musica independente do Brasil.

E a melhor música do ano foi "Get Lost", das Fuck CD Sessions Vol. 04: Cerveja + Rock + Mulher = MqN


Gustavo Andrade é produtor do PMW Rock Festival (Palmas – TO)





CuruminJapan Pop Show
Quannum

O melhor disco de 2008 é o do Curumim. Japan Pop Show mostrou um novo caminho para a música brasileira, onde o samba-rock da escola de Jorge Ben é revisitado, sem medo do contemporâneo e com respeito devido à tradição da música brasileira. Sample no samba. Rap no cavaco. Dub no surdão. Curumim redefiniu a nova música feita neste País em 2008.

Definir a melhor música de 2008 já é uma tarefa mais árdua. Isso varia muito conforme o momento e tal. Tenho certeza que estarei cometendo um milhão de injustiças, mas a música que me veio à cabeça agora foi "Pau Molão" do João Brasil. O cara fez um dos 10 melhores discos brasileiros de 2008 e essa música merece menção honrosa. Catra mandou muito bem no deboche. Eu sou fã de pancadão carioca e essa me arrebatou. Mas eu também poderia destacar Compacto ou Mal Estar Card do Curumim, Pepeu Baixou em Mim do Do Amor, Talentoso ou Me atirar na orgia do Cérebro Eletrônico, Nadadora da Banda Leme...

O melhor show que vi em 2008 foi o Do Amor no Festival Casarão, em Porto Velho (RO). Ali, consegui entender por que falam tão bem dos caras. Eu pirei. Outros que gostei foram o Curumim no Bananada, o Lanny Gordin no Vaca Amarela, Cérebro Eletrônico no Calango (Cuiabá - MT), Ambervisions e Gangrena Gasosa no Goiânia Noise, Porcas Borboletas no Perro Loco...


Pablo Kossa é jornalista e sócio do selo/produtora Fósforo Cultural






Vou ali comemorar meu aniversário e já volto.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Never Miss A Beat

Seguindo com a enquete anual do Goiânia Rock News, que indaga personalidades do pop nacional a respeito de qual o melhor disco/show/música de 2008, o Alexandre Moreira, o João Lucas e o André “Pomba” Cagni proferem seus respectivos veredictos. Até agora, dentre os textos que chegaram na minha mail-box (que, ou já foram publicados, ou ainda serão), houveram pouquíssimas coincidências, quase ninguém escolheu um álbum já selecionado (eu disse quase). Não sei o que isso quer dizer, mas deve significar alguma coisa:




MGMT - Oracular Spectacular
Columbia Records

Difícil demais citar apenas um “melhor disco de 2008”. Mas eu vou citar o do MGMT, Oracular Spectacular. Simplesmente por que foi o disco que eu mais ouvi durante o ano. Um disco cheio de timbres eletrônicos, mas que consegue segurar um clima "paz e amor" quase hippie. Além disso, é um disco que faz muito sentido de ser ouvido na seqüência original. Com os mp3 players, é difícil ouvir um disco todo na sua ordem. O Oracular Spectacular é bom de ser ouvido inteiro e na seqüência.

Já tinha visto alguns shows do Macaco Bong e sempre achei um showzão. Só que no lançamento do disco deles em Goiânia, no Bolshoi Pub, aconteceu algo de estranho. Uma das coisas mais estranhas que já aconteceram comigo. Até hoje me pergunto o que foi aquilo. Alguma "coisa" foi invocada ali. E antes que comecem a pensar besteiras sobre a minha pessoa, eu digo: não estava chapado. Viu?

A melhor música do ano? Essa é difícil. Eu poderia citar Circus da Britney Spears, que é uma puta música. Mas o disco é muito novo e nem marcou tanto assim ainda. Então vou ficar com Standing In the Way of Control, do Gossip. Aquela gorda é fantástica. Se o Fabrício Nobre fosse uma garotinha, com certeza ia ser tipo ela. A musica é um hit. De veado a maculelê, passando por playboys e modernetes, todo mundo dançou essa musica. Ouvi em todos os lugares possíveis.


João Lucas é vocalista do Johnny Suxxx & the Fucking Boys, e sócio do selo/produtora Fósforo Cultural




Macaco Bong - Artista Igual Pedreiro
Monstro Discos

Feito por artistas que estão em outro âmbito de arte, Artista Igual Pedreiro certamente ficará para os anais da história do rock nacional, não só pelo conceito todo que o disco e a banda representam, mas também por crer que o registro dos Bongs ainda será cultuado na gringolândia, assim como a banda, que é a mais contundente para elevar o rock independente brasileiro a níveis de babação estrangeira. E o melhor: sem firulas, plumas, paetês e nem hype.


Alexandre Moreira produtor do Loaded E-Zine




Kaiser Chiefs - Off With Their Heads
Universal/B-Unique


Fica difícil pra mim destacar um "melhor álbum do ano", pois como tenho tido uma atuação mais presente como DJ, às vezes fico mais focado em canções do que num trabalho por completo, o que é um erro, admito.

Entre os que ouvi com calma, o que sinceramente mais me impressionou foi Off With Their Heads do Kaiser Chiefs. A banda prima por uma sonoridade muito pessoal e até original para os dias de hoje, um som alto astral, com pegada e balanço. Mas uma agradável surpresa foi Dig Out Your Soul do Oasis, justo quando menos se esperava deles.


André "Pomba" Cagni é editor da revista Dynamite, produtor cultural e DJ residente do Dynamite Pub – SP







Tchau.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Threesome

Para você, amigo leitor, qual o melhor disco lançado em 2008? O melhor show? E a música do ano? O Danilo Xidan, o Mário Bross e o Marcelo Costa, atendendo à enquete anual do Goiânia Rock News, tem a resposta na ponta do Lápis:



The RaconteursConsolers Of The Lonely
XL Recordings

É reconfortante ouvir a notícia que AD/DC e Motorhead, mesmo com tanto tempo de estrada, conseguem lançar bons CDs. Eles pertencem a um tipo de banda peculiar, que segue o mesmo estilo sem parecer repetitivo, mas que consegue ainda trazer algo de novo e realmente bom de ser ouvido, bem alto.

Mas em 2008 eu fico com uma banda relativamente nova, na verdade um projeto. O álbum Consolers Of The Lonely do The Raconteurs sem dúvidas foi a mais grata surpresa. Um trabalho de um cara foda, Jack White. Aquele tipo de artista que, a meu ver, ainda não cometeu erros musicalmente falando. Criou o White Stripes, uma banda única, com timbres característicos e experimentações originais, ainda mais direto e convincente.

Do álbum em questão, destaque para a música de abertura e que recebe o mesmo nome do disco. A melhor música nova que ouvi em 2008. Outro destaque é a faixa You don’t understand me. Uma melodia de piano linda, um refrão grudento, uma quebra tensa e pesada, e algo bem Beatles quando a música parecia ficar chata, no verso You think you know how I feel. Ingredientes perfeitos para uma verdadeira canção rock.


Danilo Xidan, é guitarrista do Goldfish Memories





M83 - Saturday=Youth
© Emi Music France

O novo disco do M83 eh bem interessante, Saturday=Youth entra no meu melhor do ano, mas não tenho outra opção, não me lembro de nenhum outro álbum que eu tenha gostado. Gosto da sonoridade que mostra explicitamente as influências, como Cocteau Twins e Asobi Seksu. Assim como de new age, e tem bastante disso tambem.

O melhor show? Meu deus, eu vi os 5 melhores shows de todos os tempos no mesmo ano. Eu vi My Bloody Valentine 5 vezes em 2008, e nada no mundo se compara. Tive uma experiência surreal, espiritual e roqueira, que eu nunca vou me esquecer. Sem drogas, sem álcool, sem nada. Somente a música, alta e ao vivo.

Já a melhor musica de 2008 eh do Hatcham Social, chamada So So Happy Making, de um vinilzinho que saiu esse ano. Eh curta e simples, super delicada. Tem um vibe meio início do Stone Roses, fiquei bastante tempo apaixonado por essa musica.


Mário Bross é vocalista e guitarrista do Wry.




Tom Bloch 2
Som Livre Apresenta

Definitivamente, esse é o ano em que as coisas nacionais me chamaram mais a atenção do que as de fora. E entre o trio Cérebro Eletrônico, Curumin e Tom Bloch, fico com o último. 2, o segundo disco deles, chegou a circular para amigos e algumas pessoas da imprensa em 2007, mas só ganhou lançamento neste ano. É o tipo de disco para se ouvir todas as horas, com uns rocks ótimos pelo meio e umas baladas matadoras no final.

Nunca foi tão fácil decidir qual o melhor show do ano: Leonard Cohen na Espanha. Eu nunca vou saber o que deu em mim, e talvez seja a quantidade avassaladora de cerveja que tomei naquele dia, mas chorei como uma criança durante o show e depois dele. Ouvir Halleluhah e Dance Me To The End Of Love ao vivo é uma experiência única.

Já a música do ano é Fita Bruta, uma das grandes canções do quarto álbum do Wado. Letra forte e genial, uma melodia bonita que se estende com uma coda no final para embalar a questão do quanto o artista censura a si mesmo. Foda.


Marcelo Costa é editor do site Scream & Yell, colunista do iG Música, editor de homes do iG, iBest e BrTurbo, DJ eventual e cozinheiro de fim de semana.










Já já tem mais.

sábado, dezembro 13, 2008

Adeus Ano Velho

# Fim de ano, época de alegria e confraternização. Festas de repartição, revelação de Amigo Secreto e gulodice consentida nas celebrações familiares. Também é época do balanço anual que fazemos toda vez que dezembro chega. Para começar as listas de melhores de 2008, Goiânia Rock News convidou algumas personalidades do pop nacional que interessa, entre jornalistas, músicos e produtores, para emitir suas opiniões a respeito. Começando, um dos sócios do selo que lançou um dos melhores discos do ano, segundo a humilde opinião deste blog. E além dele, tem muito mais: hoje e até dezembro acabar. Vai vendo.




The Gutter TwinsSaturnalia
Sub Pop

O disco do ano pra mim é o Saturnalia, não sei se é por ter visto os caras fazendo um show brutal de lindo, se a edição em vinil que é foda, ou se é tudo isso... sei que Mark Lanegan e Greg Dulli destruíram, e mostraram que você pode melhorar, com o tempo, o que parecia impossível. Total inspiração para mim nos próximos 10 ou 15 anos! "


Fabrício Nobre é vocalista do MqN e sócio da Monstro Discos





NomoGhost Rock
Ubiquity Records

De uns tempos pra cá os ecos da Nigéria de Fela Kuti, Orlandus Julius e mais uma porção significativa e desconhecida de nomes, voltaram a bater pesado (de forma branca, mas mesmo assim nem um pouco desprovida de swing) mundo afora.

Graças a bandas como Antibalas, The Budos Band, Kokolo e outros nomes que pipocam juntamente com grupos de funk, em sua grande maioria nos EUA, a música que outrora serviu para o protesto de milhares de negrões, agora têm servido pra chacoalhar traseiros. Não é que eu acredite que as coisas melhoraram a ponto de exigir mudanças e, na verdade, eu não sou ninguém pra exigir alguma coisa de alguém, o lance é que o Nomo em 2008 conseguiu aproveitar esses ecos africanos de um modo mais singular que todas essas outras orchestras de afrobeat, funkeiros, calças apertadas ou largas existentes por ai.

Ghost Rock conseguiu criar (forjando funk, jazz, afrobeat, soul e parafernálias eletrônicas) um mundo autêntico, onde tudo que existe é de autoria dos próprios inquilinos. Do material que pavimenta a calçada ao pano que veste a mesa da cozinha, passando pela madeira da porta, o corte e os desenhos que essa tem, as árvores plantadas no quintal, as plantas do jardim e etc. E isso pra mim é o grande motivo da escolha como melhor do ano.

Enquanto a grande maioria ainda insiste em bater em teclas que ficaram sem som, ou falar o que já foi falado, de norte a oeste e até mesmo na Finlândia - graças ao aquecimento global e o pessoal do Rhythm Funk Masters - o coletivo de Michigan se desvinculou do disco anterior, fortemente apegado ao afrobeat, passando por cima do trabalho passado capturando o que houve de bom e transformando em algo mais autoral.


Abdala é DJ residente da festa 5ªTiva





Fleet FoxesFleet Foxes
Sub Pop

Quando fui solicitado para dizer qual seria o melhor álbum de 2008, tentei fugir de duas coisas óbvias: a explosão movida a banda larga da jovem Magalhães e do sucesso a toque de catapulta do CSS, mas por ironia acabei caindo no folk, hype e Sub Pop.

Quando a gente acha que já torceu o folk até sair a última gota de whiskey barato, aparece o Fleet Foxes que consegue dar mais uma desfibrilada no estilo. Vai ser foda assim lá em Seattle.


Valter Resende é produtor do Loaded E-Zine






Por enquanto é isso. Daqui a pouco tem mais

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Machado Indie

# Olá, há quanto tempo!



Letícia Persiles, a nova jovem Capitu
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# Viu que a nova mini-série da Globo, Capitu, resolveu brincar de indie para reler o Machado de Assis? Tarsila Perciles, a deliciosamente tatuada vocalista da banda carioca Manacá, encarna a protagonista na primeira fase da estória, sempre ao som da delicada e arrasadora Elephant Gun, do também delicado e arrasador Beirut, projeto do geniozinho Zach Condon. Elephant Gun é a primeira faixa do ep Lon Gisland, lançado no comecinho do ano passado. Beirut é fino lirismo gypsie-pop, enfeitado com trompetes, violinos e a voz embargada de Condon, arranjados de modo a provocar aquele incômodo (e adorável) nó nas entranhas. Soa como uma espécie de Rufus Wainwright menos sinfônico e mais cigano, quase um etno-indie do leste europeu. Flying Club Cup é o ultimo disco de estúdio do rapaz (que tem apenas vinte e poucos anos), lançado também em 2007, e constou na lista de melhores do ano do Goiânia Rock News, publicada aqui nesta mesma tela azul há quase exatamente 12 meses(quase exatamente?), atrás apenas do Young Modern, do Silverchair, e do Release the Stars, do Rufus. Atrás dele, enfileiraram-se It Won't Be Soon Before Long, do Maroon 5, e Si No, do Café Tacvba.


Se você ainda não conhece, vai conhecer agora. Dessa vez você não escapa. A não ser que você seja mais um daqueles que sentem vergonha de reconhecer que a-do-ram a tevê. Eu amo meu controle remoto, e gosto bastante da música do Beirut, mas dessa mini-série é que eu não tive a manha de gostar (apesar da Letícia Persiles). Ainda prefiro House!





O Casa Bizantina, uma das melhores e mais relapsas bandas de Goiânia, está, devagarzinho, saindo mais uma vez daquele mesmo ostracismo auto-imposto e preguiçoso de sempre. Dessa vez a novidade é a música Jardim Invisível, recém-disponibilizada na página do grupo no Myspace, junto com Helio Vai e Um Beijo pra Matar o Tempo, num total de três canções inéditas que provavelmente vêm no próximo álbum da banda, que deve sair no ano que vem. Estado Natural, terceiro álbum do conjunto, foi um dos melhores discos de 2006, e na lista de melhores daquele ano ficou em segundo lugar, atrás apenas do Carrossel, do Skank, e deixou , do Caetano Veloso, e o primeirão do Superguidis pra trás.


Ainda não me acostumei com Jardim Invisível. Na verdade, na primeira vez que ouvi achei até bem ruim. Mas andei insistindo e ela já soa melhor. Vamos ver se foi só uma má-impressão, ou se realmente é uma derrapada. Dessas três inéditas que já estão navegando pela web afora, Um Beijo pra Matar o Tempo é, de longe, a melhor. Apertando o play aí embaixo dá pra ouvir Jardim Invisível. Confira você mesmo:







# E o Goiânia Noise? O Helmet não fez todo aquele barulho que chegamos a pensar que faria (eu mesmo não fiquei pra ver), mas quem viu disse que valeu a pena. Sei não, quase impossível (o quase é só por que eu não vi o show) a banda de Page Hamilton ter feito um show mais impressionante que o do coletivo carioca Instituto, que fechou a noite de sábado com o tão falado show do classicaço Tim Maia Racional Vol. 1, lançado “recentemente” (pela primeira vez em cd) pela Trama.

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Marcelo Camelo no Noise


Pode anotar aí, esse vai ganhar o segundo lugar na lista de melhores shows do ano segundo o Goiânia Rock News (vai perder “só” pro Muse). E olha que, como já falei alguns posts atrás, fui assistir meio desconfiado, por que essa história de Tim Maia Racional já está dando no saco (nada contra os discos, muito pelo contrário), e por que tinha visto um show do pessoal no Multishow, em que a Thalma de Freitas abusava tanto dos cacoetes e vibratos da soul-music, que tive que mudar de canal.


Mas correu tudo maravilhosamente bem, Thalma de Freitas também deve ter assistido a esse show pela tevê e se contorcido de vergonha, prometendo a si mesma economizar na chatice da próxima vez. Sorte minha, que vi um show em que a cantora/atriz global soube se conter e valorizar a sutileza de sua voz veludosa e sua presença de palco, tão teatral quanto sexy.


Do tão falado show do Black Mountain eu achei só ok. Talvez um pouco mais do que isso, mas não foi a maravilha toda que andam dizendo por aí, pode acreditar.


O show do Guizado foi tão psicodélico quanto chato, e se nos fones de ouvido as músicas do grupo são uma trilha sonora até decente para as horas diárias em frente à telinha do computador, no palco a coisa funciona diferente (ou não funciona). Assisti sentado, e só não dormi por que tinha o Black Drawing Chalks no outro palco, na seqüência.


Acabei vendo pouca coisa do show do BDC, e me permiti perder o show do Cabruêra, que vi pela primeira vez lá em Cuiabá, no último Calango, e quase gostei. Mickey Junkies foi outra decepção. Não que eu esperasse muita coisa, mas ainda assim esperava mais do que a “lendária” banda de Osasco apresentou.


Diego de Moraes está cada vez mais afiado. Afinando sua ironia-operária ao mesmo tempo em que recusa os discursos prontos, se confirmando cada vez mais dono do palco, onde se traduz muito melhor que em qualquer uma de suas gravações (pelo menos as que eu já ouvi), que são só um instantâneo opaco do que ele faz ao vivo. O garoto brilha mesmo é no tablado, à frente d’O Sindicato, onde canta, desafina e se emociona, oferecendo um deboche musical tão honesto e consistente, que não dá pra não gostar.


Já falei que o show do Vaselines cheirou a naftalina? Já contei que, ao contrário do que uns e outros podem pensar, isso não é um elogio?




# Boiam pela internet, alguns links com as músicas registradas DURANTE o Goiânia Noise. Não se trata de áudio de shows, são gravações de bandas que não estavam na programação oficial, mas registraram músicas no mega-stand do Rock Lab Studio, montado no pátio do festival, cheio de skatistas de trinta e poucos anos (hehe).


O track list está aí embaixo, e se tiver coragem para fazer um download, você só precisa clicar aqui.

01_Ultravespa_Deixe o meu inferno e volte para o seu

02_The Galo Power_Psychobilly

03_Just Another Fuck_Old School Murder

04_HC 137_A Água Acabou

05_Critical Strike_They Always Took it for Granted

06_Corja_Oque Você Vai Fazer Quando a TV Quebrar

07_Macacos Gordos_Ouvidos Covardes

08_Girlie Hell_Wake Up

09_Sapo Verde_Preguiçoso

10_Sangue Seco_Gado

11_Baba de Sheeva_Baba de Sheeva

12_Vaillant_Maria.


* Fim de ano, época das adoráveis e odiosas listas de melhores (adoráveis as minhas e as de (alguns) amigos, e odiosas as do resto da humanidade). Na volta vou botar aqui algumas opiniões de um pessoal que entende do assunto.

E se não entende, pelo menos deveria.



Agora é sério. Já volto.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Transformers

# Férias pós Goiânia Noise, um tanto forçadas porém necessárias. O Goiânia Rock News, em 2009, deve sofrer algumas mudanças, talvez até de endereço, integrando um projeto maior de cultura pop on line. Quem viver verá...


Palco do MqN no Noise

Do Goiânia Noise ainda tenho um monte de coisa pra falar. Do Hillbilly Rawhide, que fez o show mais sui-generis do festival; do Loop B, que eu perdi quase inteiro; Do Helmet, que eu perdi inteiro; do MqN, que pela foto aí de cima você calcula como foi. Enfim, ainda tenho coisa pra contar, mas como as transformações que hão de cair sobre este blog que você ora lê necessitam de trabalho para saírem do papel, hoje a visita é rápida.

Mas já já eu volto com umas duas laudas de opiniões altamente questionáveis sobre os Goiânia Noise. Enquanto isso vou ouvindo o último do Spoon, o divertidíssimo Ga Ga Ga Ga Ga, e me convencendo de que o melhor disco do ano é mesmo o Dear Science, do TV On the Radio.

Até a volta!