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terça-feira, maio 26, 2009

Bananada 2009: Não Se Pode Ganhar Todas!

Neste final de semana centenas de pessoas ocuparam as dependências do Centro Cultural Martim Cererê para uma penosa maratona de shows que, começando ao anoitecer de sexta feira, se prolongou até o início da madrugada de segunda, alternando, de meia em meia hora, alguns dos grupos mais entediantes da música independente nacional, iluminados de longe por algumas poucas boas surpresas e uns poucos santos-de-casa.


Teatro Pyguá: vista interna
Foto: Alessandro Ferro

A escalação do Bananada 2009 foi, de longe, a mais anêmica de suas últimas edições, mas se a promessa de novidade vale o risco de tantos shows medíocres, o “equívoco” não pode ser apontado: é resultado de uma aposta que, assim como foi desastrosa, poderia ter revelado boas novas, como aconteceu em tantas edições passadas. Infelizmente não foi o caso desta.

Mas se nem o experimentalismo krautwave da única atração internacional do festival, O ex-Can Damo Suzuki, serviu de alento numa noite que perdeu tempo com a algazarra maçante e pretensiosa do Technicolor, aplaudiu o minimalismo estéril e ingênuo do Multiplex e reservou seu horário nobre para um Black Drawing Chalks pouco inspirado, o MqN salvou o line-up da chatice soberana com aquele mesmo show alcoolizado, arrogante e provocativo de sempre. Rotina de guitarras que, em meio à profusão acelerada de rock inofensivo, soou como tábua de salvação da programação de sábado.


MqN em momento ternura
Foto: Alessandro Ferro


No começo da noite de sexta feira o Shakemakers empilhou, mais uma vez, TODOS os clichês do classic-rock, embutindo neles um orgulhoso sotaque “caipira”. Porém, a despeito desta parecer uma combinação duvidosa, no palco a coisa funcionou a ponto de convencer a pequena multidão a entoar em coro o refrão cafajeste de “Rock n’ Roll é Bom Pra Mim”, pouco antes de Beto Cupertino desvendar toda a sonolência, romântica e melódica, de seu projeto entre-safra, batizado de Perito Moreno.

Ainda na sexta, o que quase me animou os sentidos foi a dobradinha involuntária de Filomedusa e Rubinho Jacobina. Apesar do aparente nervosismo da vocalista Carol Freitas, a banda acreana Filomedusa fez a melhor apresentação da noite, toda baseada no feeling suado do guitarrista Saulinho que, embaralhando referências nacionais e importadas, brilhou num mar de monotonia. Na sequência, a despretensão pop do carioca Rubinho Jacobina coloriu a arena de verde-amarelo e transformou o teatro Yguá em baile de carnaval, dispensando por instantes a superabundância de distorção café-com-leite.


Filomedusa
Foto: Alessandro Ferro


Os domingos carregam, tradicionalmente, uma espécie de depressão pós-coito, que embaça as cores do dia com os matizes acinzentados da segunda-feira que acena, logo ali. Nesse cenário desolador para a maioria que levanta cedo e move a engrenagem do mundo, menos gente se dispôs a sair de casa e enfrentar o desfecho de uma festa que não empolgou. O Mugo foi o destaque óbvio: talvez seja a banda mais jovem que já enfrentou a posição de headliner do festival (com exceção da formação mutante conhecida Banda da Eline, que é tão jovem quanto permite suas recentes aparições esporádicas), enfrenta um ótimo momento em sua curta carreira de shows sempre lotados e está prestes a estrear em disco e vídeo-clipe.


Mugo
Foto: Marina Marques


O Bananada se pretende a vitrine do rock goiano que quer atravessar as fronteiras do Estado, e se essa travessia tem acontecido com a freqüência que a cena da cidade merece é por que Goiânia se transformou no núcleo charmoso do novo rock brasileiro, e a idéia do festival é que as atrações convidadas coadjuvem alegremente com a produção local. Mas em 2009 alguma coisa saiu errada, e os artistas que vieram nos visitar não conseguiram deixar nenhuma marca significativa por aqui, como, pra citar apenas alguns exemplos, o Curumin e o Cérebro Eletrônico na edição do ano passado, ou o Monno e o Galinha preta em 2007. Mas apesar da programação raquítica de 2009 o Bananada ainda goza de um crédito confortável, alcançado depois de antecipar, em edições passadas, alguns dos melhores shows do pop brasileiro recente. Afinal, não se pode ganhar todas.

sexta-feira, maio 22, 2009

Bingo!


Os sorteados na promoção Goiânia Rock News, que levam um ingresso para o Bananada 2009 são:

#
Cinthia Gomes dos Santos - Ingresso para sexta feira

#
Laila Mirella - Ingresso para sábado

#
Mariana Neri - Ingresso para domingo


Vocês podem se dirigir à portaria do Martim Cererê, nos dias indicados, e apresentar um documento com foto ao bilheteiro, informando que vocês foras sorteadas na promoção do Goiânia Rock News. Seus nomes estarão na lista de convidados do festival.



Até à noite.

quarta-feira, maio 20, 2009

O Barato de Nancy

A première da 5ª Temporada de Weeds está marcada para o começo do mês que vem (lá), e para promover a reestréia de uma das melhores séries da atualidade, o canal Showtime produziu uma espécie de “documentário” raso e bem-humorado, uma animação de apenas 2 minutos que conta a história da maconha através dos tempos. Aqui no Brasil a série é exibida pelo GNT e ainda está na 4ª temporada, mas quem se importa com o atraso do canal em tempos de download? Pelo jeito, nem o GNT! Play:






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Goiânia Rock News vai sortear 3 ingressos para o Bananada 2009, festival que abre seus trabalhos nesta sexta-feira, e vai até domingo. É um ingresso para cada dia de festa.

Para concorrer basta responder ali na caixa de comentários a seguinte pergunta:

De qual banda/artista, que ainda NÃO veio a Goiânia, você gostaria muito de assistir ao show?

Não se esqueça de informar, junto à sua resposta, para qual dos três dias de farra você deseja concorrer a um ingresso, se sexta, sábado ou domingo, e deixar um e-mail válido para eu ter como te avisar, caso você seja o feliz ganhador.

O resultado sai na quinta-feira e os ganhadores retiram seus prêmios direto na portaria do Martim Cererê, apresentando um documento com foto e informando ao bilheteiro que seu nome estará na lista de convidados do festival.


Tchau!

terça-feira, maio 19, 2009

Ação e Reação!

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ISAAC NEWTON E O CENTRO
CULTURAL MARTIM CERERÊ



Por Márcio Júnior


“Todo corpo tende a conservar seu estado de repouso ou movimento.” Este enunciado, proferido há um bom par de anos pelo gênio inglês Isaac Newton, esclarecia em linhas gerais o princípio físico da inércia. O mais interessante é que tal conceito pode facilmente extrapolar o campo das Ciências Exatas e ser aplicado à realidade da vida.


Márcio Junior, ao lado do prefeito Iris Rezende,
em foto da época de sua campanha para vereador.


Exemplo: O 1º Fórum Goiano de Cultura foi o importante pontapé inicial rumo à quebra da inércia existente na falta de diálogo entre a AGEPEL (agência responsável pelas políticas culturais do Estado de Goiás) e o segmento cultural goiano. O constrangedor isolamento entre Governo e Sociedade apresentou ali suas primeiras fissuras e, seguindo a lógica newtoniana, a tendência é o fenômeno se aprofundar. Tomara.

Fomento; Formação, Interiorização e Produção de Eventos; e Democratização de Espaços foram os três eixos de discussão propostos pelo Fórum. Este último, em particular, trouxe à tona uma questão que toca diretamente o atual momento da produção cultural de nossa região: o patinho feio dos espaços públicos, o apêndice indesejável das políticas culturais de Goiás e ainda assim o mais impactante espaço do fazer cultural da capital – e por tabela, do Estado –, o Centro Cultural Martim Cererê.

Desconhecer o papel desempenhado pelo Martim Cererê na cultura e juventude goianas da última década é desconhecer a própria cultura e juventude goianas. Nas polêmicas e ousadas gestões encabeçadas pelo transgressor Carlos Brandão, o Cererê abrigou as mais diversas, inovadoras e representativas manifestações culturais de nossa pitimbada região. Foi ali que os festivais Bananada e Goiânia Noise se solidificaram e colocaram Goiás em posição de liderança no campo da nova música brasileira. Falsa modéstia às favas – afinal de contas sou um dos responsáveis por estes festivais –, o rock (tão goiano e legítimo quanto a Cora Coralina, pode perguntar pro Gramsci) é uma das mais relevantes – senão a mais relevante – produção cultural contemporânea de nossa terra. Só não percebe isso quem está encastelado, longe das ruas e daquilo que acontece espontaneamente nelas, com ou sem grana pública. E que sequer se dá ao trabalho de ler a Folha de São Paulo, Veja, Bravo!, ou qualquer outro veículo tão chique e caro à intelligentsia do pedaço.

Mas para não ficar parecendo que estou advogando em causa própria, busco outros indicadores. Foi ali no Cererê que a música eletrônica ganhou contornos mais democráticos em projetos como o saudoso Eletronicamente, os festivais e grupos de teatro se multiplicaram e a moderna MPB encontrou as artes plásticas e a experimentação em eventos semanais no 5ativa. Foi ali que nasceu o primeiro festival de cinema de Goiás, a saber a hilariante mostra TRASH. É ali que milhares (isso mesmo, milhares!) de adolescentes se reúnem nos eventos de animes, realizados sem um tostão de dinheiro público e completamente ignorados pelos órgãos de imprensa. Quando estava funcionando a pleno vapor (ainda que em condições muito distantes do ideal), o Cererê abrigava cerca de 400 espetáculos por ano. Não precisa ser o Newton pra fazer as contas e imaginar quantas pessoas estavam ali, trabalhando e gerando bens materiais e simbólicos neste negócio que hoje é chamado de Economia da Cultura.

O processo deflagrado pelo 1º Fórum de Cultura (uma iniciativa aparentemente simples e cuja demora em acontecer só pode ser explicada pela inércia administrativa) pode ser um divisor de águas nas políticas culturais do Estado de Goiás. Ouvir as demandas efetivas do segmento (e ignorar os velhos bezerros da cultura, em sua eterna busca por uma suculenta tetinha para mamar) é fazer um golaço. Provavelmente inédito. No meio disso tudo, está o Centro Cultural Martim Cererê, que nem de longe necessita de fórmulas milagrosas ou invencionices variadas para realizar a sua vocação: abrigar a juventude e a cultura realmente capazes de colocar Goiás em diálogo com o Brasil e o mundo. Discutir com quem efetivamente conhece, usa e dá suporte ao espaço é um caminho para o acerto. Isso exige coragem e vontade política. Como diria Isaac Newton, “a inércia tá aí é pra ser quebrada”.



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Goiânia Rock News vai sortear 3 ingressos para o Bananada 2009, festival que abre seus trabalhos nesta sexta-feira, e vai até domingo. É um ingresso para cada dia de festa.

Para concorrer basta responder ali na caixa de comentários a seguinte pergunta:

De qual banda/artista, que ainda não veio a Goiânia, você gostaria muito de assistir a um show?

Não se esqueça de informar, junto à sua resposta, para qual dos três dias de farra você deseja concorrer a um ingresso, se sexta, sábado ou domingo, e
deixar um e-mail válido para eu ter como te avisar, caso você seja o feliz ganhador. O resultado sai na quinta-feira e os ganhadores retiram seus prêmios direto na portaria do Martim Cererê, apresentando um documento com foto e informando ao bilheteiro que seu nome estará na lista de convidados do festival.


Vou ali me alimentar e já volto!

sexta-feira, maio 15, 2009

Joga Bosta na Geni!

A 5ªAtiva, festa semanal que coloria as noites de quinta-feira no Martim Cererê até 2 semanas atrás, acabou expulsa do Centro Cultural que ajudou repovoar.



Mars Volta



Depois de banido, tentou se reequilibrar num novo espaço, o clube Cruzeiro do Sul – ainda no setor Sul, mas a AMMA – Agência Municipal do Meio Ambiente – não deixou que a festa se estabelecesse no novo endereço. E assim como não aconteceu nessa semana, a festa também não ocorrerá na semana que vem. Os produtores do 5ªAtiva dizem que estão atrás de um novo lugar, e aproveitam essas duas semanas de “férias” para saldar algumas dívidas, como a multa-pretexto que a nova direção do Martim Cererê inventou para expulsá-los de lá.


Isso, provavelmente, já é resultado do protesto provinciano e autista do diretor de teatro Marcos Fayad, que enviou uma carta aborrecida de vizinho perturbado ao 1° Fórum Goiano de Cultura - realizado no Martim no começo de abril último, reclamando dos eventos freqüentados pelo que ele chamou de “roqueiros colonizados, imitativos e sem conexão com sua realidade”.


Não vou mais perder tempo analisando o discurso vencido do diretor de teatro, mas o mal que ele, possivelmente, pode fazer a mais genuína e vigorosa manifestação cultural urbana de Goiânia, só depõe contra seu próprio caráter.


O Carlos Brandão, que já foi o manda-chuva do Martim Cererê e comandou o espaço com um interesse verdadeiro pela pluralidade cultural que então se apossara de lá, escreveu algumas linhas, tão irônicas quanto sensatas, sobre o episódio. Pra quem quiser ler, o textinho está lá no “Tire o Dedo do Meu Blog”, no post de 6 de Maio.





# O Mars Volta “deixou escapar” o primeiro single de seu disco novo, ao que parece intitulado Octahedron. O nome da faixa é “Cotopaxi”, e se enquadra perfeitamente no que nos acostumamos a esperar do Mars Volta: prog-rock acelerado às últimas conseqüências, e pouco afeito àquela assepsia instrumental tão comum ao gênero. Pra puxar “Cotopaxi” para vosso agá-dê, clique aqui.





Até semana que vem.

terça-feira, maio 12, 2009

Ioiô: Violins volta à ativa

Como disse ali embaixo, o baixista Thiago Ricco insinuou ontem, num post do Twitter, que o Violins voltaria às atividades, depois de cerca de um ano de extinção.

A formação clássica. Da esq. p/ dir.:
Thiago Ricco, Pierre Alcanfor, Beto Cupertino e Pedro Saddi


A informação foi confirmada pelo vocalista e principal compositor Beto Cupertino, num comunicado oficial, postado na comunidade da banda no Orkut. Segundo Beto, depois da saída do baterista Zé Junqueira (que foi para o Pedra Letícia), ele, o Thiago Ricco e o tecladista Pedro Saddi pensaram em aposentar também o projeto que ainda nem nascera de fato (batizado primeiramente de Agravo, depois de Boate Negra), e que a única alternativa a essa decisão seria convencer o baterista Pierre Alcanfor a recriar a formação clássica do Violins, responsável pela gravação de seus melhores discos (Tribunal Surdo e A Redenção dos Corpos). Depois de um curto período de negociações, o baterista foi convencido pelos colegas e reassumiu seu posto. A banda, rediviva, já planeja ensaios e a gravação de um novo disco.






# Morreu ontem, dia 11, Fábio Leopoldino, ex- vocalista e guitarrista da clássica banda Second Come, legenda indie dos anos 90. Fábio, que morreu por culpa de um enfarte fulminante, ainda foi dos grupos Stellar e Polystyrene.

Grande parte da "fama" do Second Come se deve ao disco You, lançado pelo selo Rock It! (de propriedade de Dado Villa Lobos - Legião Urbana, e André X - Plebe Rude), que rendeu elogios de gente como o então baterista do Nirvana Dave Ghrol.

Em homenagem ao músico, o site do selo midsummer madness disponibilizou, faixa a faixa, toda a discografia do grupo.