Made in GO

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Ontem, lá no Clube Recreativo de Escambo, topei o Oscar Fortunato, que me passou alguns dos adesivos de sua série sobre Goiás.

Quem tem mais de 30 anos, morou em Goiânia nos anos 90 e frequentou os picos rock antes da explosão da cidade como celeiro de bandas garage, deve se lembrar do Buraco, a loja/selo underground que, como o Márcio Jr. deixou escrito, foi uma espécie de embrião de toda aquela movimentação roqueira que viria a colocar Goiânia no mapa da música independente nacional.

Pois é. Muito antes de se auto-intitular "anarquista plástico", Oscar foi um dos sócios do Buraco (ao lado de Márcio e Léo bigode, que posteriormente fundariam a Monstro Discos), e hoje, além de artista, ele é um dos donos da Plus - galeria de arte online que reúne alguns dos nomes mais legais hoje, em Goiânia.

Durante a minha adolescência, foi lá no Buraco que adquiri artigos prosaicos como, por exemplo, as fitas-demo do Blackout ("Minha vida é rock n' roll/ Honky Tonky, Avalon...") e a do Comedores de Mãe ("Vamos comer merda aqui no Brasil/ Vamos comer merda na puta que pariu..."), e mesmo que hoje elas já não façam tanto sentido no meu horizonte musical, foram peças importantes da minha formação como apreciador e observador da cultura jovem produzida em Goiânia.

E passados tantos anos desde então, é bom ver que os personagens daquela época ingênua evoluíram, mas continuam se mexendo e movimentando a vida cultural da cidade.

O autista contemporâneo I

O autista contemporâneo (II)

O autista contemporâneo (III)