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sexta-feira, janeiro 18, 2013

Os melhores de 2012 - Diego de Moraes



Pra fechar a enquete, é a vez do Diego de Moraes listar os melhores da música em 2012.





Um disco: “Siba – Avante”


Quem me dera se nas eleições eu ficasse em dúvida entre tanta coisa boa como agora ao ter que decidir sobre os melhores trabalhos musicais de 2012. Por tantas boas opções de discos, músicas e shows, fica evidente que foi um ano bem rico para a música brasileira atual (acho que desde 2009 eu não via tantos bons lançamentos e surpresas); sendo assim, fica meio complicado escolher “o” melhor de cada categoria, mas “hey ho let´s go’’...

Fico com o disco do Siba, que talvez seja o que mais ouvi (até porque ele foi disponibilizado já nos primeiros dias do ano e por me identificar com as canções). Ao ouvir o disco Avante a palavra que me vem em mente é “maturidade”, por externar os conflitos de um homem adulto. Me soa como um momento de redenção, de alguém saindo em meio a escombros. A produção do disco não deixou a desejar, Fernando Catatau assina com maestria mais um trabalho, mantendo seu padrão de qualidade.





Além do Siba-letrista, ainda se destaca o Siba-guitarrista, que expõe seu jeito particular de tocar, deixando sua rabeca de lado nessa sua nova fase. Chamou minha atenção o timbre da formação da banda atual, composta por guitarra, tuba (fazendo o “papel” do baixo), teclados, vibrafone e bateria. Inovando, desta forma, sonoramente, embora mantendo elementos que assimilam a métrica tradicional da poesia de cordel. Um novo Siba, sendo o mesmo Siba.

Sacanagem, Higor, ter que escolher apenas um! Pois também me encantou muito o Tropicália: Lixo Lógico do Tom Zé, pela tese curiosa que ele levanta ali de uma forma bem inventiva. Outro belo disco é o Metal Metal (do Metá Metá), pela criatividade dos arranjos, por modernizar o terreiro e pela sonzeira real.


Uma música: “Par de Tapas que Doeu em Mim” – Tatá Aeroplano

Uma das músicas que mais me chamou a atenção foi a “Par de Tapas que Doeu em Mim” do Tatá Aeroplano. Considero um diferencial Tatá destoar da “fofura” da “nova música brasileira” cheia de doces “canções de apartamento”. No seu primeiro disco solo, este “discípulo” de Júpiter Maçã e Sérgio Sampaio, explora seu lado enquanto cronista musical, descrevendo diversos personagens urbanos.



Esta música em particular se destaca ao narrar a confusão de um casal chapado brigando na noite paulistana – fato tão corriqueiro, tanto na Augusta como em outros ambientes do rock – mas que não é tema tratado em canções atualmente. Uma narrativa longa que remete a um cenário conturbado, ao começar com um questionamento: “Por que naquela quinta-feira de agosto a gente se pegou na porrada?” e terminar de uma forma foda (com o casal transando).

Eu queria abrir um parênteses para uma outra música que foi marcante, para mim, no ano passado: “AME” (composição do meu parceiro Kleuber Garcêz com o cantor cuiabano Paulo Monarco). Essa canção ainda não tem sua gravação definitiva, mas já tem uma boa repercussão com premiações em vários festivais de MPB pelo país.



Em “Ame” temos uma outra versão realista e conflituosa do amor, através do olhar de um poeta que enxerga as conseqüências grandiosas desse sentimento em suas várias faces. Ressalta-se a sacada da letra toda construídas com rimas em “Ame”, mas essa palavra não aparece durante a canção. Um encontro feliz da letra de Kleuber com a melodia poderosa de Monarco.


Um show: Kitsh pop Cult – Felipe Cordeiro na UFG

Lembro deste show do Felipe Cordeiro no Centro Cultural da UFG. A energia das guitarradas paraenses foi tão forte que aquele teatro se transformou em uma verdadeira pista de dança. Já no início do show, muitos não se seguraram em suas cadeiras e caíram na dança, remexendo as cadeiras.

Enquanto uns dançavam, outros ficavam vidrados no “duelo” das guitarras de Felipe e de seu pai Manoel Cordeiro (renomado produtor paraense que especialmente fazia aniversário naquela noite – com direito a bolo e “parabéns” da platéia). Apesar do disco Kitsch Pop Cult ter sido lançado em 2011, com produção do grande (e bota grande nisso!) André Abujamra, o show ainda continua na estrada e somente agora tive a oportunidade prazerosa de assisti-lo. Destaco a sacada da música “Legal e Ilegal”, que trata das drogas nos diferentes estilos musicais.



Diego de Moraes é cantor e compositor, membro da banda Pó de Ser, entre outros.










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